Com samba e reverência, Itapuã se despede de Dona Cabocla



No último dia 30 de março morreu, aos 96 anos, Lucila Ferreira, conhecida como Dona Cabocla de Itapuã, vítima de um infarto. Na varanda da casa dela, um antigo bar, Dona Cabocla recebia os fregueses com aconchego, música, boa prosa, tira-gostos variados e banana-real, sua especialidade.

O corpo de Dona Cabocla foi velado em sua residência, em Itapuã, com samba, alegria e reverência a uma trajetória de luta e resistência. Reconhecimento a uma mulher que contribuiu para a cultura do bairro.

“Dona Cabocla tem um papel muito importante na cultura de Itapuã. Existe um episódio na minha infância que eu lembro com muita saudade, quando fugia da escola para comer a banana real que ela fazia”, relembra o músico Amadeu Alves, um dos fundadores do grupo Ganhadeiras de Itapuã.

“Ela era uma mulher incrível, talentosa, junto com o esposo, Arlindo Boi, um pescador forte, que costurava as tarrafas [redes de pesca] na varanda de casa. Eles se completavam e ela ficará na lembrança de Itapuã”, comenta Ulisses Santos, diretor do afoxé Afro Korin Nagô.

O cortejo do sepultamento de Dona Cabocla chegou ao cemitério São Francisco, em Itapuã, prestando homenagens em ritmo de samba, para dar o último adeus.

Por Edna Santos
Link original: A Tarde - Salvador

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